Ficha Técnica
Batman – Cavaleiro Branco 6
Autores: Sean Murphy (roteiro e arte), Matt Hollingsworth (cores).
Preço: R$ 7,50
Editora: Ed. Panini / DC Comics
Publicação: Janeiro / 2019
Número de páginas: 28
Formato: Americano (17 x 26 cm.) Colorido / Lombada com grampos
Gênero: Super-heróis
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Sinopse: Após a destruição da ponte de Gotham e causar a fuga do exército de vilões, Batman agora é considerado um criminoso pelo DPGC e o Comissário Gordon tem um plano para capturá-lo. Em meio a essa caçada, Jack Napier começa a sentir os efeitos da pressão do plano da Neocoringa para trazer o Príncipe Palhaço do Crime de volta a ativa.
Batman – Cavaleiro Branco 6 é tudo aquilo e mais um pouco do que estávamos esperando. Uma HQ explosiva e recheada de momentos arrebatadores que demonstram que, apesar de estarmos no início do fim, a minissérie ainda tem muita lenha para queimar.
Se nas quatro primeiras edições, tínhamos uma mistura altamente inflamável dos elementos psíquicos dos personagens com as facetas sociais da cidade de Gotham, aqui temos um ponto de virada. Após as inúmeras mudanças ocasionadas pelos planos de Jack Napier, é chegada a hora da cartada final e para isso Murphy volta ao terreno das paixões. E isso não quer dizer que a ação tenha diminuído, pelo contrário, mas é que todos os embates, físicos ou não, estão ali por um motivo.
Mas antes de continuarmos, devo avisá-los que para continuarmos a nossa análise, spoilers da trama serão contados. Dito isso, bola para frente.
Do fim do Morcego
A HQ começa com um embate entre o comissário Gordon, Batgirl, Asa Noturna, Jack Napier e outros policiais integrantes da OTG quanto a identidade do Batman e sua prisão. E esse começo é extremamente interessante para compreendermos a real gravidade da dissolução do status quo do Cavaleiro das Trevas, afinal de contas estamos vendo todos os seus antigos aliados dando as costas para o que ele representou para a cidade de Gotham. Ou melhor, nem todos.
Nesse primeiro embate, há uma interessante tomada de posições e mais uma vez é a Batgirl quem é a voz da razão e nos impele a pensar: Napier está realmente certo? É assim que a era Batman deve acabar? Com um complô entre os antigos aliados do Cavaleiro das Trevas e seu arqui-inimigo?
E este plano só é possível com a participação ativa do Asa Noturna e um antigo conhecido nosso – o batmóvel do filme de Tim Burton. Pois para parar um tanque somente usando um míssil.
Perseguido pela OTG e pelo comissário Gordon, o Cruzado Encapuzado se vê em um intrincado jogo de gato e rato, com direito a utilização de antigos bat-sinais, inúmeros batmóveis e um PEM – pulso eletromagnético.
A sequência da perseguição pelas ruas de Gotham é fantástica, mas nada superar a sequência porvir onde finalmente temos a batalha final entre Jack Napier e o Batman. E o que se tem é uma luta intensa, potencializada pelo tom de vermelho utilizado por Hollingsworth, na qual podemos notar uma inversão do jogo protagonizado a tanto tempo pelos personagens.
Um Batman alquebrado e cego pela fúria enfrenta um confiante e sardônico Jack Napier e o final deste combate, que parecia ser óbvio, torna-se nas mãos de Sean Murphy um lembrete do que é a relação entre os dois. Pois, antes de tudo, Napier é um ser reativo, que se justifica através da extinção da estrutura e dos valores que rodeiam e perpassam o Cruzado Encapuzado. Mas como todo ser reativo, ao atingir o seu objetivo fica o questionamento: e agora?
Essa primeira parte da HQ é um fechamento incrível de todo o plano de desenvolvido por Napier para a cidade de Gotham, mas como vemos em seguida, a cidade tem novos problemas. E o maior culpado disso é o próprio Jack Napier.
A Neocoringa contra-ataca
Outro fator incrível é como Murphy desenvolve o roteiro de forma a não dar respiro ao leitor. Após uma sequência poderosa de encerramento, é a vez da Neocoringa movimentar as suas peças.
Após invadir a mansão Wayne, na edição número 5, e descobrir os planos e arquivos da família Fries é chegada a hora de colocar seu plano para resgatar o Coringa da mente de Napier. E o plano é simples: congelar Gotham com um imenso canhão que reproduz a tecnologia do Senhor Frio. E ficamos sabendo mais dessa tecnologia em um extenso diálogo entre a Batgirl e, um velho, Senhor Frio onde também ficamos sabendo do sacrifício de Alfred para salvar a vida de Bruce após a destruição da biblioteca de Backport.
Nesta segunda parte de Batman – Cavaleiro Branco 6, ainda temos um outro sensacional diálogo perpetrado entre Napier e Quinzel que nos dá a extensão do perigo que a Neocoringa representa para esta nova ordem encabeçada pelo ex-supercriminoso. Mas em meio a todo esse caos, somente uma pessoa poderá salvar o dia e não é bem quem você está pensando.
A antepenúltima edição da minissérie de Murphy e de Hollingsworth vem firme e embaralha esta reta final ao mesmo tempo em que nos dá dicas do que esperar pela frente.
Nota: 4 de 5.