Ficha Técnica
Batman: O Último Cavaleiro da Terra 1
Autores: Scott Snyder (roteiro) e Greg Capullo (arte)
Preço:R$ 11,90
Editora: Panini / DC (Black Label)
Publicação: Março / 2020
Número de páginas: 56
Tradução: Érico Assis
Formato: 18,5 x 27,5 cm / Colorido / Lombada com grampos / Capa cartão
Gênero: Super-heróis
Sinopse: O Batman está diante do mais perigoso caso de sua carreira. Um mistério que desdobra sobre si e a resposta a pergunta “Quem quer matar o Cavaleiro das Trevas” se confunde com “Quem destruiu o mundo?”. E neste mundo devastado, um interno do Asilo Arkham desperta, mas ele está são e não é quem sempre pensou ser.
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Entrada
O Batman é para a DC, o que o Wolverine é para a Marvel: quanto mais melhor. Não à toa que o personagem e seu universo vem dominando as publicações do selo Black Label, com um total de quinze títulos. E hoje temos em mãos Batman: Último cavaleiro da terra 1.
O título é mais um trabalho da dupla dinâmica Scott Snyder (roteiro) e Greg Capullo (desenhos). Responsáveis pela reformulação do Cavaleiro das Trevas durante Os Novos 52 e pelos crossovers Noites de Trevas: Metal e Dark Nights: Death Metal (ainda inédita no Brasil), o duo já está acostumado a levar o herói por veredas incomuns. E agora livres das amarras da continuidade, o roteirista e o desenhista nos entregam uma história na qual os vilões finalmente venceram, o Batman não é exatamente quem ele pensa que é e seu único companheiro é o Coringa, ou melhor, a sua cabeça em uma jarra de vidro.
No entanto, se o resumo acima colocou mais dúvidas quanto a trama, saiba que neste primeiro volume da minissérie respostas são escassas e o sentimento de estranheza perpassa toda a leitura.
Rápida, rasteira e misteriosa
Snyder divide a trama em quatro capítulos que servem tanto para apresentar este novo mundo ao leitor, quanto para empurrar as fronteiras do cruzado encapuzado. E o que começa com uma investigação envolvendo o beco do crime, se transforma em um thriller psicológico envolvendo o Asilo Arkham, em seguida passa para um road movie alá Mad Max e termina com uma busca pelo Superman e para se entender como exatamente o mundo foi destruído. Aliás, todos estes eventos se passam uma HQ de 56 páginas.
Por isso, talvez o maior problema de toda esta apresentação seja a rapidez com que todos estes eventos se desenrolam, não dando tempo ao leitor de fazer a transição entre estes três momentos da HQ. Só para ilustrar, a transição entre o clima detetivesco para o de terror e suspense no sanatório se dá em 6 páginas. E quando você começa a se assentar dentro das paredes do Arkham, é aí que a verdadeira trama se apresenta.
Além da rapidez dos eventos, outro fator que contribui para a estranheza com o roteiro é que em cada uma dessas camadas narrativas somos expostos a elementos distintos que dariam por si só histórias independentes. Entretanto há um elemento que perpassa todas elas e que também age como um incentivador à leitura: o mistério.
A todo momento de Batman: Último Cavaleiro da Terra 1 ficamos instigados a descobrir quem é o garoto encontrado no beco do crime; por que Bruce está trancafiado no Asilo Arkham; o que aconteceu com o mundo; onde estão os heróis e assim por diante. Contudo não somos os únicos que estão tentando preencher todas estas lacunas, e este jovem Batman terá como guias o Coringa e a líder dos sobreviventes e das novas amazonas, Diana, a antiga Mulher-Maravilha.
Digo antiga Mulher-Maravilha, pois neste novo mundo não há mais espaço para heróis, como a própria Diana deixa bem claro ao narrar os eventos causadores de toda esta hecatombe. E é dentro deste terreno hostil que o imberbe detetive das sombras deverá se movimentar a fim de encontrar as respostas que procura e combater um mal oriundo das cinzas da batalha final: Ômega.
Conclusão
Plantando dúvidas e ganchos a cada página, este primeiro volume de Batman: Último Cavaleiro da Terra 1 funciona como um estranho preâmbulo para este novo capítulo da dobradinha Snyder-Capullo com o Morcegão.
Contudo, para aqueles que já acompanham a dupla a mais tempo há reminiscências e ecos de passagens anteriores, como a sequência com a mosca que emula outra encontrada em o Fim de Jogo e a máquina criada por Bruce Wayne para que sempre haja um Batman em Gotham City.
Além disso, Capullo continuar a nos entregar designs incríveis e a sua Mulher-Maravilha está arrebatadora. Assim como as novas Amazonas: Supergirl, Vixen, Hera-Venenosa e uma nada ortodoxa Donna Troy, a Moça-Maravilha.
Então nos resta esperar pelo próximo volume a fim de encontrarmos as respostas aos inúmeros questionamentos desta nada convencional história do Cavaleiro das Trevas.
Nota: 3 de 5