Ficha Técnica
Batman: A Maldição do Cavaleiro Branco 2
Autores: Sean Murphy (roteiro e arte), Matthew ‘Matt’ Hollingsworth (cores)
Preço:R$ 9,90
Editora: Panini / DC (Black Label)
Publicação: Março / 2020
Número de páginas: 32
Formato: Americano (17 cm. x 26 cm.) Colorido / Lombada com grampos Quadrada / Capa cartão
Gênero: Super-heróis
Sinopse: O Coringa continua a pôr o seu plano em ação e seus aliados passam a movimentar as estruturas de Gotham. Azrael e Ruth estão prontos para atacar Batman e Bruce Wayne em uma jogada que pode eliminar o legado da família Wayne.
Antes de começar, quero dar um aviso aos nossos frequentadores e dizer que Batman: A Maldição do Cavaleiro Branco 2 é um capítulo redondinho e que Murphy possui total domínio narrativa. Como um bom cozinheiro, o autor misturou um bocadinho de mistério, outro de tensão política, uma pitada de briga familiar, uma boa dose de ação e uma grande revelação e serviu um prato daqueles. E olha que estamos ainda na entrada…
A família Wayne
Cozinhando em fogo baixo, esta segunda edição retoma o passado de Edmond Wayne e temos um pouco mais do início de sua cruzada pessoal. Requisitado pelo monge Bakkar da Ordem de São Dumas para libertar o Vale de Gotham no mundo novo, Edmond passa a ser treinado nas mais diversas formas de combate. Luta corporal, uso de pistolas e espingardas, esgrima e emprego de chicote fazem parte do dia-a-dia enquanto atravessam o Atlântico norte. E antes que você se pergunte onde já viu isso outrora, o texto escrito por Edmond em seu diário não deixa dúvidas: estamos diante de um ouroboros.
Seria a família Wayne fadada a de tempo em tempo sacrificar seu primogênito para a salvação de Gotham? Edmond, que também é órfão, é um eco longínquo de Bruce em uma disputa pela alma da cidade. Já que, no fim, é disso que se trata a eterna cruzada do Cavaleiro das Trevas e as próprias histórias que Murphy vem contando sobre o personagem.
Azrael
Entretanto, esta batalha se agravou após a Iniciativa Napier que expôs a corrupção e o esquema de beneficiamento político e econômico das Elites através do fundo de devastação do Batman. E se já vimos Bruce e sua contraparte tomando alguns enquadros durante a sua trajetória, o breve, mas intenso, embate que ele tem com Ruth nos lembra do papel do Cruzado de Capa na manutenção da macroestrutura da cidade. Se revelar sua identidade, Bruce ameaça destruir a cidade que jurou defender e caso permaneça como o Cavaleiro das Trevas, será uma peça no jogo daqueles que se aproveitam dos infortúnios de Gotham.
Mas Ruth não está interessada em manter o Batman nesse esquema por muito tempo o que nos leva ao surgimento do emblemático Azrael. Aqui no Murphyverse, Jean-Paul é um ex-militar das forças especiais acometido por um câncer agressivo e que sofre de alucinações religiosas, como vimos em Batman: A Maldição do Cavaleiro Branco 1. E nesta segunda edição temos mais alguns vislumbres da cisma entre a família Wayne e a família Valley, uma rivalidade criada a muitos séculos atrás e escondida de todos, menos do Coringa.
Apesar de pequena, a participação do Arlequim do ódio é marcante trazendo novos problemas para a bat-família enquanto seus aliados causam outros tipos de perturbações. O que dá para se entender é que o personagem, assim como no filme Batman: O Cavaleiro das Trevas, é criar um caos controlado pela cidade.
Entretanto, Batman: A Maldição do Cavaleiro Branco 2 conta com uma outra ponta de gala: a doutora Harleen Frances Quinzel, que com uma única página acrescenta toda uma nova camada de tensão a trama.
Conclusão
Para finalizarmos, este segundo capítulo mantém a trama em altíssimo nível e deixa o leitor na ponta da cadeira enquanto se passa as páginas. Sem falar que a arte de Murphy e as cores de Matthew ‘Matt’ Hollingsworth continuam formando uma dupla imbatível e entregando personagens e uma Gotham surpreendentes.
E abaixo fiquem com o trailer não oficial, mas maravilhoso, da minissérie criado pelo animador Chris Fequiere. Mas cuidado, pois ele possuí alguns spoilers do final de Batman – O Cavaleiro Branco.
Nota: 4 DE 5