Ficha Técnica
Batman: A Maldição do Cavaleiro Branco 8
Autores: Sean Murphy (roteiro), Matt Hollingsworth (arte)
Preço:R$ 9,90
Editora: Panini / DC (Black Label)
Publicação: Setembro / 2020
Número de páginas: 32
Tradução: Mateus Ornellas
Formato: Americano (17 cm. x 26 cm.) Colorido / Lombada com grampos Quadrada / Capa cartão
Gênero: Super-heróis
Sinopse: Com a verdade a tona é a hora de Bruce lidar com o legado e o nome de sua família. Reunindo o que sobrou de sua equipe e amigos, Batman tem um apelo final a população de Gotham City na preparação para a batalha final contra Azrael.
***
Cá estamos no momento derradeiro da segunda minissérie de Sean Murphy dentro do espaço que a DC lhe deu para chamar de seu. Batman: A Maldição do Cavaleiro Branco 8 é um instante para todos os envolvidos, personagens e leitores, possam refletir sobre a encruzilhada a seguir.
Em um tom de despedida, Murphy tira este capítulo para tratar a grande reviravolta ocorrida no volume anterior e que mudou todo o status quo do Cavaleiro das Trevas. Algo que você não conseguiria fazer na continuidade oficial do personagem, mas que aqui cai como uma luva remodelando elementos de A queda do morcego e causando uma nova crise ao sisudo Batman de Murphy.
Antes que você continue, fica o aviso de que não há como tratar deste oitavo capítulo sem revelar o grande segredo envolvendo os Waynes e os Valleys. Por isso caso siga adiante por sua conta risco…
A verdade vos destruirá
Iniciando esta edição com mais dos seus afiados diálogos, Murphy nos insere numa conversa entre um cambaleante Bruce tenta justificar sua cruzada a sua amiga Harley Quinn. E conseguimos entender como a verdade revelada pelo Coringa fere de morte os seus pilares, afinal de contas tudo que ele sempre quis foi honrar o legado dos Wayne tornando-se um cavaleiro.
Contudo ao descobrir de que ele e sua família não são os verdadeiros Waynes, Bruce entra em processo de negação. Não à toa, esta crise se manifesta através da intenção de violar um de seus principais códigos morais. O que por sua vez acaba gerando um novo desentendimento com o Asa Noturna e preocupando os demais integrantes da batfamília.
Aliás, como é forte a sequência inicial da HQ que antecede esta crise. O contraste nas cores, as falas, o cenário que vai desaparecendo à medida que a tensão cresce, a linguagem corporal de Bruce e Harley. Você sente o desmoronamento de Bruce e daí a genialidade deste último plano de seu arqui-inimigo.
Sabendo da verdade sobre a fundação de Gotham e o impacto disso na psique do Cavaleiro das Trevas, o Coringa cumpriu a sua promessa feita na primeira edição: acabar de vez com o Morcego de uma forma ou de outra. Uma última piada, mesmo que o Palhaço do Crime não esteja em seu ato final.
De um final para o Cavaleiro das Trevas
Concluindo o que foi iniciado em Batman – Cavaleiro Branco, Murphy lança as bases daquela que será a última cruzada do Cavaleiro das Trevas. Pelo menos é esse o tom que impregna todas as páginas deste penúltimo capítulo.
Após ter as contradições de suas ações expostas por Jack Napier e ter visto que seu legado foi construído em cima de uma traição, cabe ao Batman um derradeiro desejo: capturar Azrael e assim deixar o caminho livre para uma nova Gotham.
Para isso é necessário que o Batman saia e dê espaço ao homem alquebrado Um momento para que Bruce possa se acertar com a batfamília e também possa se dirigir a cidade que jurou proteger. Por isso o discurso e o pedido presente na sequência final é tão forte.
Assim como a cena de reunião de Bruce e seus aliados partindo para a última missão em prol do destino de Gotham. E é impressionante como mais uma vez Murphy consegue criar uma aura com múltiplos sentimentos num espaço tão curto tempo. Há tensão, respeito, ressentimento e companheirismo ou tudo aquilo que sempre definiu esse grupo heterogêneo.
E para não perder a mania, Murphy termina a HQ com mais um gancho e dúvidas que serão respondidas naquele que promete ser um final explosivo. Além de descobrimos qual e a versão do batmóvel que o quadrinista mais gosta.
Nota: 4 de 5