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Críticas de segunda e Opiniões de quinta sobre Quadrinhos

Por Thiago de Oliveira

Noites de trevas: Metal 5

Noites de trevas: Metal 5

Noites de Trevas: Metal 5 é a conclusão explosiva da saga de Scott Snyder e Greg Capullo. Conheça as referências e muito mais na nossa crítica.

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Ficha Técnica

Noites de trevas: Metal 5 capa
Capa de: Greg Capullo

Noites de trevas: Metal 5
Autores: Scott Snyder (roteiro), Greg Capullo (desenho), Jonathan Glapion (arte-final), Francisco Plascencia – ‘Fco’ (cores)
– Grant Morrison (roteiro), Scott Snyder (roteiro), Joshua Williamson (roteiro), James Tynion IV (roteiro), Howard Porter (arte), Hi-Fi Design (cores) e Alejandro Sanchez (cores).
– Scott Snyder (roteiro), Greg Capullo (desenho), Jonathan Glapion (arte-final), Francisco Plascencia – ‘Fco’ (cores)
Preço: R$ 20,90
Editora: DC Comics / Panini.
Publicação: Outubro/2018.
Número de páginas: 116 páginas.
Formato: Americano (17 x 26 cm) Colorido/Lombada quadrada. Capa cartonada.
Link Amazon: Compre aqui

Sinopse: Eis o momento do conflito final entre nossos heróis e Barbatos. Lutando em diversas frentes de batalha pelo espaço-tempo, os campeões da DC enfrentam os cavaleiros das trevas pelo coração do Multiverso. E o Batman que Ri finalmente revela a sua arma secreta que pode desequilibrar de vez o pêndulo desse embate.

Entrada

Se todos os caminhos levam as trevas, aqui estamos rodeados por elas. E em meio a escuridão, ouvimos a banda, comandada por Scott Snyder e por Greg Capullo, acelerar as notas. É chegado o gran finale deste grande show de Metal e ele não poderia ser menos explosivo. Noites de Trevas: Metal 5 é tanto um fim quanto um começo. Um big bang criado com o que há de melhor na DC e em seus personagens.

Unindo conceitos da run de Grant Morrison no Batman, elementos de Crise nas Infinitas Terras e a sua própria cosmologia ao longo de sua passagem pelo Cruzado Encapuzado, Snyder planta as bases de uma nova fase do universo DC. Maior, mais misterioso e repleto de potencialidades. Muitas dessas já circulando por aí. Mas vamos com calma, que iremos falar sobre as consequências da saga, só que não agora.

Então se aproximem, puxem uma cadeira e deixem que os últimos acordes deste show de Metal e sombras ressoem em seus ouvidos.

Noites de Trevas: Metal

Em uma sequência direta dos eventos finais de Noites de Trevas: Metal 4, vemos o Batman que Ri instigando Barbatos a convocar seus exércitos e romper as muralhas do Multiverso. Além disso, Batman e Superman estão em um intenso embate contra o Dragão/Carter Hall enquanto procuram a forja.

Noites de trevas: Metal 5
Arte de: Greg Capullo

Nestas rápidas passagens, temos que nos atentar a um detalhe na fala do Batman que Ri. Ele usa os termos “gritos”, “acorde”, “vibrar” e “antimúsica” e o que poderia parecer miudezas, na verdade são elos que reforçam a ligação de Noites de Trevas: Metal 5 com a obra magna da DC quando se trata do Multiverso, Crise nas Infinitas Terras. Afinal de contas, todo o Multiverso se sustenta no vibrar de diferentes notas harmônicas. E toda essa linguagem se tornará cada vez mais importante a medida em que avançamos na leitura deste último volume.

Dado este recado, voltemos a nossa atenção ao restante desta primeira história. Pois para fechar a história, Snyder acelera a história e vemos o desenrolar dos fatos em torno da busca pelo metal enésimo e também do confronto que ocorre na Forja dos Mundos. E apesar de termos uma quantidade considerável de personagens nessa primeira parte, Snyder consegue entregar uma aventura bem calibrada. E diferente daquilo que vemos em Noites de Trevas: Metal 3, o enredo consegue transmitir o sentido de urgência necessário sem se perder na cacofonia de informações.

Esta iminência de perigo é sentida em toda a trama, pois como veremos mais adiante, a ameaça de Barbatos não é apenas uma bravata e suas sombras engolem toda e qualquer esperança.

Ainda sobre o enredo, ele acompanha as quatro equipes de heróis espalhadas pelos cosmos e garante uma série de reencontros e ameaças que se lançam da escuridão. E a partir de agora vamos acompanhá-las mais de perto.

Nas profundezas

Nas tumbas do primeiro rei de Atlântida, Aquaman e o Exterminador se deparam com um mistério ainda maior ao encontrarem a fonte do metal enésimo. No núcleo da Terra, vemos que o antigo Rei Atrion utilizou uma tecnologia híbrida para salvar o reino atlante.

Em um imenso orbe, um extrato de magma do núcleo da Terra serve como combustível a um estranho maquinário cujo objetivo é somente um: extrair o metal enésimo encontrado em nosso núcleo. Algo que somente um atlante poderia operar. Após conseguirem uma pequena quantidade do metal enésimo a dupla é atacada pelo Arraia Negra junto com a Afogada, o Máquina Assassina e o Morte Escarlate.

Revelando que fez um acordo com Barbatos, o Arraia Negra entrega o rei de Atlântida junto com a porção do metal enésimo em troca de governar uma Terra submersa no breu.

No coração do império

Presos em uma cela e sob os efeitos dos poderes de Starro, o Lanterna Verde e o Sr. Incrível discutem quanto a situação do Homem-Borracha e o seu papel na invasão de Barbatos. Por conta de sua condição molecular, o elástico super-herói tornou-se um supercondutor para as energias sombrias do Multiverso das Trevas, o que o torna uma peça chave importante nessa batalha cósmica. Consequentemente, o seu resgate se torna imperioso.

Em meio a essa discussão, ambos são interrompidos por ninguém menos que o Caçador de Marte, que misteriosamente estava em Thanagar Primordial investigando as mesmas questões que levaram nossos heróis ao coração do império thanagar. O que nos leva a ação de resgate do nosso querido O’Brian.

Depois de um rápido embate com as forças de Synn e Starro, os heróis voltam suas atenções para o canhão fênix. Se conseguirem operar a máquina, eles poderão reacender o metal enésimo de nosso núcleo e reerguer o planeta. Mas, interpelados por Devastador, Impiedoso e pelo Destruidor da Luz, as peças deste tabuleiro cósmico começam a se encaixar.

A Trindade

Mesmo em meio a todo o estilo aventuresco imbuído neste primeiro momento de Noites de Trevas: Metal 5, Snyder não abre mão do simbolismo dos personagens envolvidos na saga. E isto é visível nos eventos que envolvem a Trindade.

Noites de trevas: Metal 5
Arte de: Greg Capullo

As jornadas de Batman e Superman e da Mulher-Maravilha evocam aquilo que os torna tão especiais. A medida que a escuridão de Barbatos toma conta do Multiverso é a recusa dos três em desistir de lutar que mantém a fagulha da esperança acesa. Não à toa que Snyder vai entrelaçando os acontecimentos nestes dois locais.

Na forja, Batman e Superman continuam a batalha contra o Dragão/Carter Hall. Em busca pela fagulha que irá reacender a forja, os dois travam um intenso diálogo no qual o Homem-Morcego revela que recuperou de vez o seu espírito de batalha. Enquanto que o Azulão se mantém fiel a seu amigo até o fim.

A Mulher-Maravilha

É com a Mulher-Maravilha que finalmente entendemos o plano do Batman que Ri. Após encontrar a maça de Carter Hall e derrotar Adão Negro, a amazona é confrontada pelo avatar de Barbatos que revela que a missão das equipes da Liga sempre estiveram destinadas a fracassar. Agindo como peões, os heróis serviram para guiar os cavaleiros das trevas em direção aos últimos fragmentos do metal enésimo, pois juntos afundariam de vez a Terra no Multiverso das Trevas.

Mas mesmo frente a essa desolação, a Mulher-Maravilha insiste em lutar e em acreditar que os heróis ainda podem vencer. E é impressionante como que em poucos quadros o roteiro consegue captar o verdadeiro espírito de Diana, pois mesmo enfrentando todo o niilismo do Batman que Ri, ela se mantém fiel a seus ideais. E ao fazer isso, ela transfigura este tenebroso momento em um grito de resistência.

Uma curiosidade nesse confronto entre a Mulher-Maravilha e o Batman que Ri é a referência ao seu jato invisível – feito de metal oitavo segundo o cavaleiro das trevas.

O que podemos entender depois da leitura dessa primeira história, é que Batman, Superman e Mulher-Maravilha serão os personagens principais do ato final de Metal, revitalizando o papel da Trindade que esteve por toda saga separada. Bondade, Justiça e Perseverança unidos contra o mal supremo da vez. Brega? Muito, mas extremamente forte quando pensamos que os três heróis são as representações de nossas melhores aspirações e que enquanto símbolos disso, são capazes de carregar todo o Multiverso nas costas.

E é com essa promessa de esperança que a primeira parte termina e o que vem a seguir é novamente uma ode aos conceitos do escritor Grant Morrison e com direito a participação do mesmo.

Cavaleiros em Perigo

E de tanto invocar os conceitos de Morrison em Metal, eis que o próprio se une a Snyder e sua equipe para contar uma metaficção. Uma história que se desdobra sob a saga e o sob a própria simbologia da DC. Referenciando o Multiverso de Morrison, a Crise nas Infinitas Terras e misturando a isso uma boa dose de mistérios, ameaças, reviravoltas e sacrifícios, o que temos é uma aventura com A maiúsculo.

Noites de trevas: Metal 5
Arte de: Howard Porter

O Multiverso de Grant Morrison

Nesta penúltima etapa, finalmente descobrimos a quem o Ciborgue recorreu para compor o seu plano para salvar o Multiverso. Guiados por T.O. Morrow, Doc Magnus, o Esquadrão Científico e pelo Detetive Chimp, a última equipe da Liga da Justiça está a bordo da Última Thule em direção ao coração do Multiverso. Navegando por múltiplas camadas de feedback multiversal, Ciborgue, Flash e Ravena lutam para chegar ao Lar dos Heróis e assim virar o jogo contra Barbatos e seus asseclas.

E bem, se esse parágrafo acima não te lembrou da trama do Multiverso do Morrison, eu não sei mais o que pode. Todas estas menções são utilizadas para demonstrar a monstruosidade das intenções de Barbatos. Ao navegarem por incontáveis Terras, os heróis nos mostram o quão rico é o universo da DC. Infinitas possibilidades de mundos, narrativas e maravilhas, todas ameaçadas pela entropia representada pelo deus sombrio e seu avatar o Batman que Ri.

Neste sentido, Barbatos torna-se um vilão ainda mais terrível que Darkseid. Pois se o Tirano está interessado na equação anti-vida para eliminar o livre-arbítrio e assim subjugar o universo, por sua vez o antigo dragão é a própria negação da vida, o aniquilamento de toda e qualquer potencialidade de existência, de diversidade e liberdade. Fato que fica ainda mais evidente se nos atentamos que o título em inglês da saga de Grant Morrison é Multiversity, junção das palavras multiverse (multiverso) com diversity (diversidade). E essa detalhe eu peguei lá no Terra Zero no texto do Felipe Morcelli.

Além de todas essa camada narrativa, há uma série de referências visuais a obra do escocês, o que torna a leitura dessa segunda parte de Noites de Trevas: Metal 5 ainda mais interessante.

A caçada selvagem

Mas todo esse processo simbólico ocorre em meio a uma intensa caçada. essa Perseguidos pelos Batmen sombrios e navegando em piloto automático, Ciborgue, Ravena e Flash lutam para chegar ao Lar dos Heróis.

Arte de: Howard Porter

Aqui, o Flash ocupa um espaço privilegiado na história, que novamente ocupa o papel de corvo da tempestade. Além disso, é em seus diálogos que encontramos as maiores citações a termos como acordes, vibrações, música, escalas e afinações. O uso desses vocábulos reforçam novamente a ligação de Noites de Trevas: Metal 5 com a Crise nas Infinitas Terras e dão uma outra camada interpretativa ao nome da própria saga.

Isso fica ainda mais evidente através do funcionamento das duas naves. A Última Thule é movida pela música universalis, enquanto que a balsa dos Batmen funciona através dos gritos de um universo-bebê enjaulado e torturado. Música e anti-música, o que nos leva a uma guerra de beats entre as duas naves. E nesta guerra, o que presenciamos é uma abordagem sangrenta com direito a canhões, ogivas e lutas mano-a-mano.

Abordar!

De um lado, os Batmen querem destruir a Última Thule, do outro, Ciborgue e Flash acreditam que ao libertarem o universo-bebê podem impedir que a balsa continue a persegui-los, e consequentemente com a energia positiva do universo infante eles poderiam dar um jeito no Multiverso. E é com estas cartas na mesa que o embate começa.

Ao invadirem a Última Thule, o Devastador da Luz, a Afogada e o Máquina Assassina abrem uma brecha para que o Flash possa contra-atacar e adentrar na balsa e danificar o motor/jaula. Confrontado pelo Impiedoso e pelo Morte Escarlate, o Flash consegue liberar o universo-bebê, o que faz com sejam atingidos em cheio pela energia positiva da criação.

Por conta dessa energia, o Morte Escarlate passa por uma transformação tornando-se novamente Barry Allen e com isso torna-se um aliado dos heróis contra os cavaleiros das trevas. Toda essa sequência é bem rápida e torna-se um intenso clímax com a entrada do Batman que Ri e o que era um momento de esperança mostra-se na verdade a última peça do plano do avatar de Barbatos.

O embate entre os heróis, a traição do Morte Escarlate, as ogivas lançadas contra a Última Thule, passos de uma sinistra dança que tinha como objetivo transformar a nave em um imenso dardo envenenado pelas energias sombrias de Barbatos. Um míssil apontado para o coração do Multiverso – a casa dos heróis. Mas mesmo nesse instante de terror ainda há uma chance e ela está junto aquele que compartilha dos mesmos ideais de Carter Hall e do Batman: o detetive Chimp.

“O que é D e C?”

Quando disse que essa penúltima etapa era como um origami, eu não estava brincando. Ela não apenas se desdobra em torno das grandes sagas, mas também de si e da própria representação da editora norte-americana.

Apesar da história começar com a origem do Detetive Chimp, achei melhor abordar esse aspecto da história por último, pois ela é uma terceira camada metaficcional. E que apesar de curta é extremamente relevante.

É através da figura de Chimp, Morrison, Snyder e sua equipe retomam temas encontrados em torno do Gavião Negro e do Batman, além de evocar algo ainda mais profundo quanto a estrutura da editora. E tudo começa com o primeiro mistério com o qual o símio se deparou:

A resposta as Noites de Trevas

A primeira vista vemos novamente a questão da musicalidade sendo invocada, coisa já comum em toda a saga de Snyder e exaustivamente tratada nessa parte da história. Entretanto a pergunta também é existencial e é imperativo que ela seja respondida, pois é dela que a continuidade do Multiverso depende.

O mais impressionante desta terceira e última camada metaficcional é que ela ocorre em poucos quadros, já que Chimp não é necessariamente o personal principal dessa etapa da trama. E afinal qual é a resposta que poderá salvar nossos heróis? Bem, a resposta é ao mesmo tempo simples e altamente simbólica.

Arte de: Howard Porter

D e C significa Detetive Chimp e quem nos dá essa resposta é o Batman do universo 53º. Mas D e C também é a sigla da editora e esta sigla significa Detetive Comics. Então o que é a D.C? A DC é um universo envolto em mistério e aventura, um arcabouço de potencialidades capaz de resistir a entropia do Multiverso das Trevas com aquilo que ela tem de melhor: criar mundos e personagens.

E não há nada que os super chimpanzés não possam resolver, afinal de contas o universo 53º já resolveu essa crise lá em 2067. Graças a isso, o enredo em torno de Chimp faz com essa parte seja o ponto alto de Noites de Trevas: Metal 5.

Noites de Trevas: Metal – parte final

E cá estamos no capítulo final da saga de Scott Snyder e Greg Capullo. E depois de tantas simbologias, referências e ameaças é chegada a hora do embate final. Uma grande apoteose propositalmente exagerada e que em alguns momentos abraça o lado mais galhofa possível das grandes sagas. E convenhamos, não haveria outra forma de terminá-la.

Tocando aquela velha conhecida batalha na qual o bem vence o mal, Snyder e Capullo encerram a saga entregando aquilo que prometeram: um novo multiverso repleto de possibilidades. Mas não sem antes oferecer uma pancadaria cósmica.

Metal no Metal

A parte final de Noites de Trevas: Metal 5 começa com um sinistro diálogo entre o Batman que Ri e o misterioso prisioneiro, no qual recapitulando as páginas do diário de Carter Hall ele nos lembra que todos os caminhos levam as trevas. E em meio a elas, a Mulher-Maravilha e a Lady Falcão Negro lutam contra as hordas de Barbatos.

Avançando por entre os exércitos de pesadelos advindos do Multiverso das Trevas, as duas disputam cada centímetro da Montanha dos Desafiadores para chegar aos seus companheiros da Liga. E aqui mais uma vez podemos ver a Mulher-Maravilha sendo a líder nata que é. É ela a personagem que irá conduzir a última resistência da Terra. E como são potentes esses quadros nos quais Snyder nos lembra o que Diana representa.

Tocando a maça contra os seus braceletes, a guerreira amazona convoca os heróis remanescentes sob a sua bandeira. Lady Falcão Negro, Lanterna Verde, Aquaman, Exterminador, Senhor Incrível e o Homem-Borracha entram na batalha pela Montanha e se reagrupam para a investida final: uma missão de resgate nos confins da Forja dos Mundos.

Arte de: Greg Capullo

Avisadas pelo Homem-Borracha de que alguém ainda está lá embaixo, Diana é convencida pela Lady Falcão a mergulhar na fenda que leva a Forja dos Mundos e ao descerem se deparam com o Dragão/Carter Hall. E o que se sucede a partir daqui é uma série de eventos que levarão ao retorno da Trindade e a queda de Barbatos:

  • O surgimento do 53º universo na Batalha;
  • A libertação e revolta de Carter Hall;
  • A forja é reacesa;
  • Batman, Superman e a Mulher-Maravilha ressurgem imbuídos com o décimo metal, o metal da pura possibilidade.
Arte de: Greg Capullo

A aparição do 53º universo traz consigo a presença das seguintes versões do Batman:

  • O Batman Soviético de Superman – Entre a Foice e o Martelo;
  • O Batman de Um conto de Batman: Gotham 1889;
  • O Batman de Tempestade de Sangue;
  • O Batman de Cavaleiro das Trevas

A Trindade

Para finalizar Noites de Trevas: Metal 5, Snyder pisa fundo no acelerador e joga para a galera. Lembram-se da galhofa? É aqui que ela surge em toda a sua onipotência. E por conta disso, o roteiro acaba pedindo ao leitor que abdique de seu senso de descrença, já que muita coisa não é devidamente explicada e estão lá para compor o cenário grandioso que roteirista norte-americano precisa.

Arte de: Greg Capullo

Armados com o décimo metal ou Elemento X, Batman, Superman e a Mulher-Maravilha tornam-se arautos da esperança e o roteiro faz questão de reafirmar a posição dos três. Pois é em torno dos trẽs que o universo DC se sustenta e isto ocorre por eles serem a representação daquilo que há de melhor em nós mesmos. E desta forma são a antítese de tudo aquilo que Barbatos representa.

Tirando essa pequena digressão mais simbólica o que temos é a mais pura pancadaria embrulhada numa brilhante troça com o gênero. Quase que um lembrete de Snyder dizendo que bem, é uma história de super-heróis e o Batman pode muito bem montar num dragão/coringa e está tudo dentro da normalidade.

Batman vs Batman Que ri

E falando em grandes batalhas, é no embate ele o Cruzado Encapuzado e o Batman que Ri que finalmente sabemos qual é a carta na manga do general de Barbatos. O prisioneiro misterioso é ninguém menos que o próprio Super-Monitor e o plano final é combinar as energias da antimatéria (o cérebro astral do Anti-Monitor), da matéria (o Super-Monitor) e as das trevas (o Batman que Ri) em uma imensa bomba capaz de aniquilar tudo de uma vez por todas. O avatar de Barbatos só não contava com uma coisa e o vilão que estava preparado para todas as possibilidades se vê sem saber o que vai acontecer em seguida.

Paralelo a isso, vemos a queda de Barbatos frente aos heróis e o poder do décimo metal e a salvação do Multiverso da DC graças a união de Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman e Lanterna Verde. E tudo termina num enorme big bang de luz, som, quebra da quarta parede e metal.

O novo Multiverso da DC

E o que sobra após o final de Noites de Trevas: Metal 5? Um Multiverso repleto de novas possibilidades. Um rearranjo deste arcabouço conceitual que é a DC. E o faz de forma com que diferentes autores e equipes criativas possam se debruçar e ir cada vez mais alto dentro das infinitas terras existentes, pois como vimos sempre existe espaço para mais uma terra em algum lugar dentro desta orquestra.

Mas Snyder e Capullo não vão embora sem antes deixar uma série de pistas que indicam para onde este novo Multiverso poderá ir. Algumas dessas novas ideias já se cristalizaram e ganharam vida, outras ainda estão por vir, mas antes de finalizar achei válido listá-las:

  • A ascensão de Atlântida (e que tem como consequência o arco “Afundem a Atlântida” já em desenvolvimento na série mensal do Aquaman);
  • Flash War – a guerra entre Barry Allen e Wally West (arco já encerrado nas mensais do Flash);
  • A Alvorada dos Heróis (novos personagens foram apresentados ao universo da DC e alguns já até tiveram as suas mensais canceladas);
  • A ascensão da tropa Darkstars (arco já finalizado lá fora nas hqs Hal Jordan and the Green Lantern Corps);
  • O surgimento do Panteão Sombrio (arco também já finalizado nas hqs da Mulher-Maravilha sob o nome The Dark Gods);
  • Reintegração do Sonhar ao universo recorrente da DC;
  • Uma nova formação da Liga da Justiça e a construção do classico Hall da Justiça (arco também já desenvolvido).

E antes que vocês se perguntem como todas essas consequências já foram exploradas, lembrem-se que Noites de Trevas: Metal foi encerrada lá nos EUA em 2017, chegou ao Brasil em 2018 e eu só consegui terminar de fazer sua análise em 2019.

Conclusão

Bem, com acredito que podemos encerrar essa longa análise, mas não sem antes dizer o que achei de toda essa trajetória acompanhando o show de Metal de Snyder e Capullo.

Como eu disse lá na minha análise do primeiro volume, há muito tempo que não acompanho as mensais de nenhuma das editoras. O que faço é acompanhar as notícias e tentar me manter a parte desses personagens que me são tão caros. E acompanhar a trama de Snyder me fez lembrar o melhor e o pior desse mundo.

É uma saga divertida? Sim. É algo memorável? Não muito. Mas é uma história para se ler de forma despretensiosa e com uma boa dose de suspensão de descrença, daquelas de quando se era criança e tudo o que você queria era se divertir com o seu herói preferido. Afinal de contas ver o Batman enfrentar algo tão grandioso e ao final voltar as suas histórias mais detetivescas nas ruas de Gotham é algo que somente um símbolo pode fazer.

Nota: 4 de 5.

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