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Críticas de segunda e Opiniões de quinta sobre Quadrinhos

Por Thiago de Oliveira

o leitor de quadrinhos

O leitor de quadrinhos ou de como começar a ler quadrinhos

Quem é o leitor de quadrinhos? Como começar a ler quadrinhos? Essas e outras respostas estão no nosso papo de sexta.

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Não quero colecionar, só quero ler. Acho que não há outra forma de começar esse texto do que evocando essa fala de Tracy Lawless; personagem de Criminal: hora errada, lugar errado, sétimo volume da série. HQ essa que eu não li, diga-se de passagem, mas que quero ler.

Arte de: Sean Phillips

Entretanto, é aí que começa o meu drama. Pois, assim como Tracy eu não quero colecionar, só quero ler. Esta necessidade, faz com que vez ou outra cheguem alguns quadrinhos aqui em casa que não estão, necessariamente, nas listas primárias que faço do que comprar. Como disse, em um outro momento, o leitor de quadrinhos que sou, influencia, e muito, o colecionador de quadrinhos que me tornei.

Aliás, eu diria que para que eu pudesse me tornar alguém interessado em colecionar os temas que habitam as minhas prateleiras, foram horas e horas de leitura. Coisa que só aconteceu graças a Gibiteca Antônio Roque, as idas às bancas com o meu pai e aos mais diferentes sebos que frequentei ainda ali no centro da cidade, depois das aulas.

Biblioteca mesmo, só passei a frequentar mais velho, quando encontrei a Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, próximo a praça da Liberdade. Que hoje em dia conta com uma seção geek em seu setor de empréstimo.

Outro fato interessante é que por ser uma criança que sempre gostou de ler, acabei sendo apresentado a outras pessoas que gostavam de ler pelos mais diversos parentes. Era uma tia que conhecia uma pessoa que tinha uma biblioteca em casa, um tio que arrumava umas caixas de quadrinhos velhos com um conhecido. Isso sem contar nos inúmeros trocos de pão recolhidos com a minha mãe e avós que, invariavelmente, se tornavam novos quadrinhos no sebo.

Sobre sebos e escambos

Mesmo não vivendo em uma família de leitores, nunca houve alguém que me desmotivou a continuar a ler pilhas e pilhas de quadrinhos e livros. Era um voraz leitor para a minha idade e, via de regra, o que caísse nas minhas mãos, eu lia. Um apetite que não encontrava eco na quantidade de materiais disponíveis, principalmente se falando de HQs; livros por sua vez eram mais acessíveis.

Para contornar a falta de HQs acabei me tornando próximo do pessoal da Agência Delfior – a maior loja de revistas usadas de Minas Gerais. Um pequeno sebo que ocupava uma loja com pouco mais de 30m² ou até menos. Passava horas dentro da loja, vasculhando os formatinhos disponíveis, conhecendo títulos até então desconhecidos e me enamorando por aquela profusão de capas. Às vezes até lendo os quadrinhos ali em pé mesmo em frente às prateleiras.

Claro que no fim do dia saia do sebo com bons exemplares dentro da mochila e no final o processo que acabei estabelecendo foi: comprava aquilo que me interessava, lia e revendia aquilo que não gostava. Método que durou boa parte do ensino fundamental e médio e que me garantiu um fluxo quase constante de novas leituras.

Quadrinhos novos mesmo só quando conseguia convencer o meu pai nas suas idas à banca aos domingos ou depois, quando comecei a trabalhar numa barraca de comida aos finais de semana na antiga feira de carros do Mineirão. Afinal, os quadrinhos nunca foram exatamente baratos.

Quadrinhos – uma mídia embaralhada

Invoquei parte da minha biografia, para exemplificar um ponto: é necessário mais que propensão a ler, é preciso ter condições materiais para se formar um leitor e no caso do leitor de quadrinhos, não só isso. 

Claro que ter dinheiro importa, bens culturais no Brasil tendem a ser caros em relação ao salário mínimo e histórias em quadrinhos não fogem a regra. Porém, este não é o único entrave no caminho de quem busca ler HQs.

Convenhamos, histórias em quadrinhos ganharam fama e prestígio nas últimas décadas. Vimos as HQs passarem a participar do PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material didático), entrarem com tudo em livrarias,  e irem pouco a pouco se transformando em objetos cada vez mais requintados graças às edições de luxo, absolutas, coleções de lombada desenhada e aos benditos omnibus. Contudo, todo esse movimento não se refletiu em popularização da mídia, pelo contrário.

O leitor de quadrinhos ainda é confundido com o leitor de super-heróis. Uma estranha alquimia onde um único gênero se amalgama com toda uma mídia. Algo que em parte pode ser explicado pela falta de conhecimento do grande público que ainda vê nas HQs algo para crianças. Não à toa, uma vez trabalhando em uma biblioteca universitária me deparei com toda uma seção de HQs na ala infantil com títulos como 300 de Esparta de Frank Miller, Curvas Perigosas de Maitena, Em busca do tempo perdido adaptado por Stéphane Heuet e praticamente todos os volumes de Tintim de Hergé.

Ainda sobre as HQs de super-heróis, é que de tempos em tempos surge um vídeo respondendo à pergunta: “Por onde começo a ler?”. Um reflexo da intrincada cronologia de Marvel e DC, que mesmo levando suas histórias para as telonas dos cinemas, não viu o número de leitores aumentar.

Formando um leitor de quadrinhos

Entretanto, a pergunta não é de todo mal. São muitas as portas de entrada à nona arte e todas são igualmente válidas. Além de que sempre parto do princípio de que não existem pessoas que não gostam de ler, mas sim àquelas que ainda não encontraram a HQ ou o livro certo. 

Mas como formar um leitor de quadrinhos?

Quando disse que a questão não se resumia a ter condições materiais, eu me referia a ter acesso às HQs propriamente ditas, mas não somente. É necessário que, assim como acontece com a Literatura e os diversos gêneros textuais, haja um letramento quadrinistico. Pois “ler quadrinhos é ler sua linguagem, tanto em seu aspecto verbal quanto visual (ou não verbal)” [RAMOS, 2009]. 

Não à toa que a própria página do Programa Nacional Biblioteca da Escola diz: 

“A leitura de obras em quadrinhos demanda um processo bastante complexo por parte do leitor: texto, imagens, balões, ordem das tiras, onomatopeias, que contribuem significativamente para a independência do leitor na interpretação dos textos lidos.”

Para que haja leitores, é preciso que antes aconteça um processo de alfabetização, de apresentação dos diferentes gêneros, dos estilos, das informações contidas em signos como os balões e as onomatopeias, nas cores, na forma como a oralidade e os diálogos são representadas. 

É necessário ter base para que voos maiores sejam alçados e para isso é fundamental que as políticas públicas, envolvendo quadrinhos, sejam ampliadas. Mas não só. Não basta que as HQs estejam em programas de distribuição de livros nas escolas, é fundamental que elas sejam trabalhadas de forma sistemática. De tal forma que elas passem de objetos estranhamento conhecidos para objetos que, se não do dia a dia, familiares.

Digo isso, porque mesmo pessoas já habituadas aos livros se perdem quando adentram ao universo das HQs e repetem preconceitos infundados ou não sabem por onde começar. 

Por onde eu começo a ler HQs?

Arte de: Alain Dodier

Bem, o cenário descrito acima é o ideal e imprescindível para que o número de leitores de quadrinhos possa crescer. Mas é preciso saber todos os meandros da mídia para começar a ler quadrinhos? 

A resposta curta é não. Para você começar a ler quadrinhos basta ir a uma biblioteca, sebo, livraria ou até mesmo uma banca, escolher o que mais te agrada e ler. 

Saiba que há quadrinhos dos mais diferentes gêneros. Aventura, drama, autobiográficos e biográficos, terror, romance, ficção científica, faroeste, detetive, infantil, super-heróis, eróticos, reportagens e até mesmo documentários. 

Também há quadrinhos dos mais distintos temas. Olhando aqui para as prateleiras vejo HQs sobre um bando de cangaceiras abençoadas pela Morte, buscando vingança (Carniça e a blindagem mística de Shiko); sobre duas donas de casa em uma batalha de figurinhas e correntes de whatsapp (Bom dia, Socorro de Paulo Moreira); sobre os bastidores e o dia-a-dia da equipe de roteiristas de uma novela das 21h (Sabor Brasilis de Pablo Casado, Hector Lima, Felipe Cunha e George Schall).

Igualmente existem quadrinhos sobre um departamento de polícia em uma cidade onde todos tem superpoderes (Top 10 do Alan Moore); sobre um delegado aposentado em busca de um misterioso mágico e conhecendo a alma de Lisboa (Diomedes de Lourenço Mutarelli); sobre um detetive também aposentado, esse argentino, perambulando pelas ruas de Buenos Aires violenta e trágica testemunhando tristes histórias (Um tal Daneri de Carlos Trillo e Alberto Breccia).

Do mesmo modo que também há quadrinhos sobre um homem sorridente que surge de tempos em tempos trazendo loucura e morte por onde passa (Gideon Falls de Jeff Lemire, Andrea Sorrentino e Dave Stewart); sobre um cinema onde os mortos estão presos revivendo seus piores traumas, enquanto investigamos os meandros da história do cinema norte-americano (Cinema purgatório de Alan Moore e Kevin O ‘ Neill); e sobre uma expedição ao fundo do mar em busca de Atlântida e que passa a ser atacada por um estranho ser (Namor: as profundezas de Peter Milligan e  Esad Ribic).

Como também há reportagens em quadrinhos falando sobre a vida de ribeirinhos e a importância do rio São Francisco (São Francisco de Gabriela Güllich e João Velozo); sobre o cotidiano das garotas de programa do Parque da Luz em São Paulo (Parque das Luzes de Cecilia Marins); sobre os moradores de Porto Alegre e suas histórias (Conversas em Porto Alegre de Pablito). 

Igualmente há biografias de personagens históricos como Che Guevara (Che – biografia em quadrinhos de Héctor Germán Oesterheld e ilustrada por Alberto Breccia e Enrique Breccia); sobre o filósofo alemão Herbert Marcuse (Marcuse em quadrinhos de Nick Thorkelson). E até mesmo biografias fictícias sobre os clássicos personagens Disney e Warner Bros, onde os personagens convivem com figuras históricas dos EUA (Três dedos: um escândalo animado de Rich Koslowski). 

Todos os quadrinhos citados aqui não dão conta da vastidão do que pode ser encontrado por aí. Há quadrinhos sobre praticamente qualquer coisa, basta você pesquisar, mas às vezes é necessário um pouquinho de sorte para que ele chegue até você; já que o algoritmo pode prejudicar esse processo. Mas acredite em mim quando digo que há um quadrinho pronto para ser o seu ponto de entrada à nona arte.

A propósito, falei, falei e não disse como você pode começar a ler HQs. Bem, a resposta envolve acesso à internet e uma caminhada pela sua cidade.

Passeando pela cidade

Enquanto o colecionador é guiado por um objeto-tema, o lombadeiro orientado por seu objeto-fetiche, é possível dizer que o leitor é movido por uma pulsão, uma atividade que – assim como a respiração – é contínua.

Um verdadeiro leitor está sempre lendo algo. Às vezes mais de uma coisa ao mesmo tempo, diga-se de passagem, e com o leitor de quadrinhos não é diferente. Porém, a quantidade de dinheiro nem sempre é proporcional a nossa voracidade, principalmente quando estamos adentrando a certos temas e autores – a tal leitura selvagem.

O que proponho é fazermos como o personagem de O Gourmet solitário de Jiro Taniguchi, mas ao invés de explorarmos a cidade através dos seus restaurantes escondidos, vamos em busca de gibitecas, sebos e bibliotecas. Para isso, o primeiro passo é pegar o seu dispositivo eletrônico preferido conectado à internet, vá a um buscador e pesquise. Sério, você pode estar ao lado de uma biblioteca e nem estar sabendo; e digo isso por experiência própria: há uma biblioteca comunitária a 20 minutos da minha antiga casa e a descobri por acaso. 

Depois de mapear os locais, acesse o site ou o perfil em redes sociais e verifique a documentação necessária para o cadastro e se é necessário pagar alguma taxa. Normalmente essas taxas são módicas e servem apenas para cobrir os gastos da emissão de carteirinhas. Com esses dados em mãos é chegada a hora de pegar a sua mochila e fazer uma visita.

Gibitecas e bibliotecas 

Se a sua primeira visita for a uma gibiteca ou biblioteca, a minha dica é que você aproveite o passeio pelas estantes. Ande por seus corredores, veja as lombadas, pegue o quadrinho, julgue sim pela capa (Oscar Wilde dizia que só pessoas fúteis não julgam pelas aparências), folheie, não se importe com o tema, apenas deixe-se levar pelas cores, linhas e formas. E acredite, quando chegar a hora você vai saber que aquele quadrinho é o que você precisa ler.

Há um sentimento de maravilhamento quando você está diante daquele quadrinho específico, um formigamento na nuca e nas pontas dos dedos, que talvez lhe obrigue a ler ali mesmo em pé entre as estantes ou procure por uma mesinha próxima. 

Talvez aconteça com você o mesmo que ocorreu comigo em várias das minhas visitações: passe a manhã por ali mesmo lendo vários volumes. A minha primeira leitura de Asilo Arkham de Grant Morrison e Dave McKean, algumas edições de Chiclete com banana (clássico das HQs undergrounds brasileiras com nomes como Laerte, Angeli, Glauco e Luiz Gê), Surfista Prateado: Parábola de Stan Lee e Moebius aconteceu assim. Este último abriu as portas para a coleção Graphic Novel da editora Abril e me levou para outros títulos como: A era metalzóica, A morte de Groo, O Sombra, O edifício de Will Eisner, entre outras.

O importante é que você esteja aberto a seguir o fluxo para ir se familiarizando com todo este universo pungente que são os quadrinhos, juntamente com seus signos, técnicas e histórias.

Sebos

Talvez seja importante avisar que foi se a época em que sebos eram sinônimos de livros e quadrinhos baratos. Ainda é possível garimpar muita coisa boa a preços módicos? Sim, mas requer traquejo, sorte e boas caminhadas. Uma dica que dou é que você verifique se existe alguma modalidade de recompra. 

Compre, leia em casa e faça a troca daqueles que não baterem. Acredite, com o tempo o espaço vai diminuindo e algumas escolhas terão que ser feitas. Então aproveite para já ir treinando o espírito do desapego e aproveite para fazer os quadrinhos circularem.

Foto da internet

Mas o mais interessante de visitar estes locais é a possibilidade de se tornar um habitué e com isso se integrar a fauna, conhecer pessoas com gostos parecidos com o seu, entrar em alegres discussões sobre a continuidade deste ou aquele personagem e acompanhar as histórias que surgem dentro desses mesmos espaços.

Algumas das pérolas que já vi frequentando alguns dos sebos de Belo Horizonte envolveram um rapaz deixando uma pequena fortuna em mais de uma edição rara, um colecionador buscando duas grandes caixas com edições de Ken Parker, um pesquisador encontrando uma edição da lendária revista italiana Linus, assim sem mais e nem menos, perdida numa pilha. Isso para não falar das minhas próprias aventuras em sebos, como por exemplo, quando encontrei o último volume de Y – o último homem depois de dois anos de procura ou pegar a primeira edição de Orquídea Negra publicada pela editora Globo.

Scams – um ponto polêmico

Há uma outra forma de começar a ter contato e se tornar um leitor de quadrinhos. Um pouco menos ortodoxa é claro e, que levanta inúmeras discussões e paixões. Todas igualmente válidas, afinal acesso à cultura deveria ser um direito universal, porém as coisas não são tão fáceis assim. 

Tanto que é possível dizer que não foram poucas as pessoas que tiveram seu primeiro contato através de edições escaneadas e pirateadas de materiais clássicos ou mais recentes. 

São vários os sites dedicados a esta atividade, assim como aqueles que traduzem e editam quadrinhos por conta própria, gerando algumas traduções bem complicadas e que destoam e muito das intenções do material original. Por isso, cuidado ao tomar essa rota e caso você vá se enveredar por ela, pesquise o quadrinho que você estiver lendo para não cair em más traduções.

A facilidade com que dois ou três cliques – isso claro, depois de toda a pesquisa, que convenhamos acaba sendo bem rápida, após você encontrar o caminho das pedras – e um software te separam da leitura pode fazer com que você rapidamente entre no bando do chapéu de palha. No entanto, é sempre aconselhável cogitar comprar o material original sempre que possível, já que as pessoas que produziram o quadrinho merecem receber pelo seu trabalho. 

Pense assim: a pessoa que roteirizou, desenhou, letreirou, traduziu, coloriu, arte-finalizou aquele quadrinho legal que você tanto gostou, só vai continuar a produzir quadrinhos se conseguir pagar as suas contas do mês. Por isso, a regra é clara: valorize os trabalhadores do meio artístico e compre sempre que puder.

Plataformas de Quadrinhos digitais

Apesar de ainda não serem tão populares como as plataformas de streaming de vídeo, existem algumas plataformas pagas e gratuitas onde é possível encontrar vários títulos disponíveis, tanto das grandes editoras quanto de quadrinistas mais undergrounds

Vamos começar pelo Tapas, um site, que também conta com um aplicativo, de publicação de webtoon e prosa sul-coreano. O site conta com diversos quadrinistas brasileiros e foi lá que conheci HQs como O Rei de Lata, Kung Fu Ganja, Istella e Ping Pong & Drama e Oséias, só para ficar em algumas. 

Outro site, também de uma empresa sul-coreana, é o Webtoon, que admito não conhecer muito, mas de onde já saiu alguns arrasa-quarteirões como Lore Olympus

A Fliptru, com o mote “Porque quadrinho é pra todo mundo”, é uma plataforma brasileira criada pelo quadrinista Marcus Beck. O site nasceu do desejo do quadrinista de dar uma oportunidade aos seus alunos e outros quadrinistas iniciantes e conta com mais de três mil títulos disponíveis. 

Iniciativa da editora Guará, a Funktoon é um aplicativo, disponível para Android e iOS, para leitura de quadrinhos brasileiros e que chegou com os pés na porta do mercado, alcançado a marca de mais de um milhão de leituras em apenas três meses após ser lançado. O aplicativo conta com o catálogo da Guará, mais material de grandes nomes do mercado brasileiro – Laerte, André Dahmer, Helô D’Angelo, Carlos Ruas e Guilherme Infante – e independentes.

O Social Comics é talvez uma das plataformas brasileiras mais antigas no mercado. Criada em 2013, o site conta com títulos da editora Valiant, Mino, Jambô, Nemo, Image, Panini e mais uma penca de quadrinhos nacionais e independentes.

Conclusão

Ufa, acho que estamos chegando ao final. Embora, agora que cá estamos, percebo que o texto tomou outros rumos. O que era para ser um texto definindo o que e quem é o leitor de quadrinhos, acabou indo em direção a falar um pouco sobre a minha formação e como iniciar nesse universo que me é tão caro e que tanto já me deu. 

Sinceramente, não sei que tipo de pessoa seria sem o contato lá atrás com os formatinhos da editora Abril, os sebos, a gibiteca de BH e a biblioteca pública. Mas principalmente com a ajuda de familiares que não entendiam o motivo de eu gostar tanto de ler, continuaram a me incentivar e se esforçaram para que eu continuasse a ter acesso a essas páginas cheias de personagens em cores primárias vibrantes.

Aliás, acredito que não haveria outra forma de terminar o último texto da trilogia colecionador-lombadeiro-leitor de quadrinhos. Porque tudo o que um leitor pode fazer de mais importante para as obras que tanto ama é justamente falar sobre elas e fazer com que cada vez mais pessoas se interessem por elas. Bem, cá estou falando sobre quadrinhos e torcendo para que você aí dê uma chance a eles.

Para concluir deixo a citação abaixo, pois acredito que nada mais sintetiza tão fortemente o que os quadrinhos são:

Quadrinhos são palavras e imagens. Você pode fazer qualquer coisa com palavras e imagens. – Harvey Pekar.

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